Descubra as mudanças reais que o corpo passa ao cortar carne da alimentação

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Alimentação sem carne (Foto: Freepik)

Cada vez mais pessoas decidem retirar carne do prato, seja por saúde, ética ou meio ambiente. Pesquisas científicas indicam que o corpo realmente muda quando produtos de origem animal deixam de fazer parte das refeições. Dados relacionados ao Dia Mundial do Veganismo, comemorado em 1º de novembro, revelam resultados importantes tanto em quem segue o veganismo quanto em quem apenas reduz o consumo.

Estudos recentes apontam efeitos que podem aparecer em poucas semanas, dias ou até em algumas substituições pontuais ao longo do dia. A lista inclui perda de peso, alterações positivas no intestino e sinais de melhora no sistema cardiovascular e no sistema imune.

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Benefícios incluem perda de peso e impacto no coração

A troca de carnes ricas em gordura por vegetais, legumes, frutas e grãos integrais costuma levar à ingestão de menos calorias e mais fibras, segundo Matthew Landry, nutricionista e pesquisador da Universidade da Califórnia, em Irvine. Isso garante saciedade e ajuda na redução do peso. Uma pesquisa de 2018 apontou que pessoas que trocaram uma alimentação onívora por dieta vegetariana por três meses perderam, em média, cerca de 1,8 quilo.

Além da balança, estudos com duração superior a seis semanas mostraram queda na pressão arterial e melhora nos níveis de açúcar no sangue, fatores que ajudam a reduzir o risco de diabetes tipo 2 e doenças cardíacas. Pesquisas também relatam redução do colesterol LDL, associado a problemas cardiovasculares. Em um estudo com gêmeos realizado na Universidade de Stanford, participantes que adotaram dieta vegana alcançaram níveis ideais de LDL após quatro semanas.

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Alterações na microbiota intestinal

A mudança alimentar também reflete no intestino. Pessoas que adotam dieta baseada em vegetais desenvolvem maior quantidade de bactérias que degradam fibras e menor presença de micro-organismos ligados à digestão de carne, explica Veronica Witte, pesquisadora do Instituto Max Planck, na Alemanha. Em um estudo de 2014, mudanças na microbiota foram observadas após poucos dias de dieta sem produtos animais.

Pesquisadores de Stanford verificaram queda de Bilophila wadsworthia em gêmeos que adotaram dieta vegana. Essa bactéria está associada a processos inflamatórios. O microbiologista Matthew Carter destaca que ainda são necessários mais estudos para entender completamente a relação entre alimentação vegetal, cérebro e comportamento alimentar.

Sistema imunológico pode reagir após mudança

A ciência também investiga efeitos sobre a imunidade. Um estudo de 2024 mostrou maior atividade de partes do sistema imune que atuam contra vírus após duas semanas de dieta vegana. Participantes do estudo com gêmeos também apresentaram redução de citocinas, moléculas relacionadas à resposta inflamatória. Ainda não há consenso sobre benefícios de longo prazo, e pesquisadores lembram que dietas equilibradas como a mediterrânea também demonstram efeitos positivos similares, mesmo com pequenas quantidades de carnes e peixes.

Escolhas saudáveis devem ser prioridade e não apenas retirar a carne da alimentação. Substituir carnes por ultraprocessados, massas prontas e lanches industrializados não traz vantagens. A longo prazo, é fundamental garantir vitaminas e minerais essenciais encontrados em pequenas quantidades em alimentos vegetais, como B12, ferro, zinco, cálcio e ômega-3. Landry recomenda suplementação de B12 e vitamina D para quem segue alimentação vegana de forma contínua.

Para quem está começando, o ideal é testar receitas, explorar novos ingredientes e avançar de forma gradual, valorizando alimentos naturais e variados.

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